Um jovem urbano quando completa maioridade
ganha um carro bem bonito
para andar pela cidade.
No campo, quando quando fica de maior,
ganha um mula para cavalgar pelos campos ao redor.

Pedro estava ansioso por chegar seu momento.
Foi um dia de festa:
muita alegria, um churrasco e vinho,
sua mula chegou com laço de fita no pescoço,
diga-se de passagem, um laço bem feitinho!

Marrom como um tronco de arvore
e forte como um carvalho,
Pedro estava agora motorizado
com os músculos de seu animal.
Bem logo começou a montaria
para cavalgar pelos campos,
mas como seu bichinho não conhecia
começou aí seus desencantos!

Tentou correr a galope, mas a mula empacou
travou-se firmemente e ao chão Pedro lançou.
Claro que ele ficou furioso,
e sua mulinha destratou.
Insistiu com firmeza,
mas do lugar ela não arredou.

Foi então perguntar ao seu avô,
velhinho e cheio de sabedoria,
o que fazer para sua mula obedecer.
Era só isso que ele queria.

O velhinho disse com carinho
que o bicho ele devia respeitar,
que com amor e paciência
a mula ele ia conquistar.

Pedro voltou-se ao bicho
permaneceu abraçado sentindo sua respiração,
fez-lhe carinho e agradeceu,
e montou com cuidado e muita atenção.

Deixou o bicho caminhar por si só,
Pedro só mostrando a direção.
A mula correu pelos campos
onde o terreno era bom,
e caminhou devagar onde precisava atenção.

Pedro conquistou seu bichinho
e ganhou uma nova compreensão:
só se conversa com a natureza
através do coração.